domingo, 24 de junio de 2007

Emigrante


Ana Júlia Monteiro Macedo Sança

Emigrante
O drama começa no momento
em que nasce a ideia de partir
Aí param os sonhos
E começam os pesadelos

Emigrante!

Esta é a alcunha que te deram.
A tragédia que isso acarreta
consome anos de existência
aniquilando lentamente
castelos edificados de ilusões
que dos sonhos ainda restam.

Emigrante
Fantasia dos que ficam
Américas
Alemanhas
Franças
e outros mundos sempre iguais...
Emigrante!

Suportar esse título tão honradamente
ter que comer o pão que o diabo amassou
ser sempre forasteiro em porta alheia...
Sim, emigrante!

Emigrante = sobrevivência

Gritos de alma
ambição amordaçada
desejos frustrados...
VITA BREVIS num copo de vinho
Esquecer as amarguras
da "Terra Prometida"

6 comentarios:

avelaneiraflorida dijo...

muitos portugueses já esqueceram as dores de gerações e gerações de emigrantes que os antecederam...
Hoje reina a sobranceria face aos que nos procuram, como se "eles" fossem menos do que nós...

Ema Pires dijo...

Querida amiga,
É verdade, passa exactamente a mesma coisa aqui em Espanha e às vezes doe-me o coraçao de ver como algumas pessoas tratam ou falam dos que vêm de fora e que só fugiram da sua terra para encontrar uma vida melhor. Às vezes chamam-me dos tribunais como intéprete para os africanos, marroquinos, etc., e presencio verdaderas desgraças. Se eu lhe contasse, nem se imagina os dramas dessa gente. Sempro volto para casa muito deprimida. Em que mundo vivemos amiga avelaneira!
Mas também há gente boa que os ajuda. E em geral a policia trata-os bem, pelo menos eu nunca vi que os tratassem mal. Mas a maioria é enviada outra vez para a sua terra, de onde muitas vezes fugiram devido a guerras, etc. Que destino os espera aí depois?

Joana DÁrc dijo...

este poema está muito bonito.
Eu sou de Portugal e tenho muita pena que os portugueses tivessem que ter saído para outros países para conseguirem viver melhor. Isto mostra que o meu país não se desenvolveu como devia e é por isso que lastimo.
Mas lastimo tambem outra realidade que tambem acontece muito. Os portugueses depois de emigrarem e quando retornam a Portugal armam-se quase todos em grandes senhores sabichões e só sabem dizer mal deste país em vez de colaborarem no progresso dele. Deve de ser chique para eles dizer que vivem no estrangeiro e estar sempre a deitar abaixo o seu país coisa que eu não gosto porque nao me parece bem.

Tía Doc.- dijo...

Realmente hermoso tu poema, volveré a leerte.
Un saludo

Ema Pires dijo...

Hola Ivanna,
Gracias por tu visita. He estado en tu blog que me gustó mucho y volveré. Ya noté el tuyo aqui como puedes ver. La música africana que has puesto es preciosa también. Vuelve siempre que quieras. Un beso para tí hasta esas tierras de Valladolid.

ANTONIO DELGADO dijo...

E muito bonito este poema e muito sincero. E a palavra emigrante devia de ser abolidad de todos os dicionários, porque somos da terra e donde nos encontramos. Este termo também é motivo para que haja muitos medos e consequentemente muit, muito medo, exclusão e violencia.

Beijinhos