domingo, 11 de mayo de 2008

Poema para a Negra



Deixa que os outros cantem o teu corpo

que dizem feiticeiro e sedutor,

e, na volúpia vã do pitoresco,

entoem madrigais à tua dor.

Deixa que os outros cantem teus requebrosnos passos de massemba e quilapanga,

e teus olhos onde há noites de luar,

e teus beiços que têm sabor de manga.

Deixa que os outros cantem os teus usos

como aspectos formais da tua graça,

nessa conquista fácil do exotismo

que dizem descobrir na nossa raça.

Deixa que os outros cantem o teu corpo,

na captação atónita do viçoe fiquem sempre, toda a vida, a olhar

um muro de mistério e de feitiço...

Deixa que os outros cantem o teu corpo

- que eu canto do mais fundo do teu ser,

ó minha amada, eu canto a própria África,

que se fez carne e alma em ti, mulher!



Geraldo Bessa Victor

Poeta Angolano

4 comentarios:

Carilisve dijo...

¡Hola Ema¡
Bello poema.
Beiços con têm sabor de manga para vosé.

Ema Pires dijo...

Hola Amigo carilisve,
Gracias por esos besos con sabor a manga. Que delícia.
Desde aquí besos con sabor a Tajo, porque me encuentro en Lisboa en estos momentos.

Siry Pérez dijo...

Bello poema, nueva imagen, muy agradable.
Gracias por tu visita a mi casa, y por alla tengo un mimo, es el primero que otorgo a mis visitantes, con mucho cariño.

Un abrazote

vieira calado dijo...

Poeta angolano, da língua portuguesa!
Muito bem escolhido.
Bjs