jueves, 13 de septiembre de 2007

A Crioula




A crioula que meus olhos beijaram a medo

Perdeu-se na confusão de um porto francês

Ela sorria continuamente,

Erguendo no seu riso uma canção extraordinária.

Não foi um romance de amor

Nem mesmo um pequeno segredo entre ambos.

Somente, quando Ela falava ao pé de mim,

Eu sentia um aprazível devaneio

Pela maravilha escultural duma Mulher Perfeita.

Depois,

A Vida separando-nos

A confusão, os ruídos, os braços agitando-se

E o vapor levando para outros mares,

Outros portos,

A graça, o mistério, o perfume e os cantares

Da crioula que meus olhos beijaram a medo

No tombadilho daquele vapor francês.


Luíz Romano (Poeta caboverdiano)


Foto: Ema Pires

26 comentarios:

Ad astra dijo...

Ema
Obrigada pela tua visita e pelas palavraas que deixaste no meu cantinho.
Voltarei aqui

Beijo

avelaneiraflorida dijo...

Querida Ema,
Como gosto de conhecer as palavras ditas com outro sentir....
"BRIGADOS"....

Bjks

Carilisve dijo...

Hola! Bonito poema, aunque me quedé con la confusión de la palabra "crioula". Buscaré su traducción para estar más seguro.
La foto está espectacular. ¿Es tuya?

C Valente dijo...

Saudações amigas
Bom fim de semana

Rhiannon dijo...

Encontro na foto, encontro no poema, encontro na música...a tua sensibilidade que, aqui, me tem maravilhado.


Um outro som que me ocorreu ao ler o teu post: Creole Love Call (Escuta aqui: http://batuta.paginas.sapo.pt/EC.wav)

Ema Pires dijo...

Olá ad astra,
Eu também gostei do eu. Obrigada pela visita.
Bjs

Ema Pires dijo...

Obrigada avelaneira. Sepre é um prazer encontrar os teus bonitos comentários tao cheios de delicadez e sentimento.
Bjs

Ema Pires dijo...

Amigo Carislive,
Sobre el térmico "crioula" te diré que son personas que provienen de países donde hubo esclavitud negra. También puede ser un indivíuo descendiente de europeos nacido en América.
En el caso de esta poesís se trata de lo primero.
Personalmente como descendiente de caboverdianos con una madre blanca, también me puedo considerar "crioula".
Un abrazo y vuelve cuando quieras.

Ema Pires dijo...

Para carislive,
La foto es mía. Es el lugar donde vivo y que veo por mi ventana. Tengo la suerte de vivir en un sitio así.
Besos

Ema Pires dijo...

Querida Rhiannon,
Que mísica tao bonita, gardei para ouvir mais vezes.
Agradeço sinceramente.

Ema Pires dijo...

Para Rhiannon,
Agradeço também a mençao do meu blogue no teu e as músicas tao lindas sobre Africa.
Beijinhos

Mário Margaride dijo...

Querida amiga,

Gostei muito deste poema!

Mais um excelente poeta! Nos dás aqui a conhecer.


"A graça, o mistério, o perfume e os cantares

Da crioula que meus olhos beijaram a medo

No tombadilho daquele vapor francês."

Beijinhos

Ema Pires dijo...

Amigo Mário,
Também gosto particularmente dessa parte do poema.
Já irei encontrando mais tesouros destes.
Obrigada pela visita.

Carilisve dijo...

Hola Ema!
¡Perfecto! Gracias por la explicación del término.
Entonces la palabra en castellano, es criolla.
http://es.wikipedia.org/wiki/Criollo
Aqui en Venezuela, se le dice criollo a todo al que nacio en el país.
obrigado

Victor Nogueira dijo...

Viva
Passei por aqui para ver-te, simplesmente
Bjo
VM

ANTONIO DELGADO dijo...

Este poema recorda-me a minha partida desse local tão maravilhoso onde vives e como o encontramos um dia...lembras-te?
que momentos mais belos...a comida aos patinhos no rio, no passeio ribeirinho passeio depois do almoço. Observar a imensa fauna autóctone no campo e no rio e os inigualáveis "martinepescadores". Fazer a minha manutenção em bicicleta e a ginástica todas as tardes no "molle", enquanto tu, por vezes, passeavas com a esposa do Alcalde. a Txello, a mulher do farmacêutico e a Paquita, enquanto as pessoas maiores diziam que eu é que devia de ser o próximo candidato ao ayuntamiento. Os nossos longos passeios pelo campo para colher ervas, flores e amoras. Sentarmo-nos, sem tempo à beira rio e dar comer aos peixes e conversar enquanto a agua nos ia refrescando os pes descalços. Promover a concurso de pintura ao ar livre de que sou ainda, todos os anos, membro do júri. Escrever, fazer a minha escultura, estar com os nosso amigos, almoçar com a Ana e o Juan. Viajar a França todos os fins-de-semana. As aulas na universidade. A voz da minha mãe coitadinha que recordo e me telefonava mas que entretanto partiu, a dizer..." já hoje rezei um terço, por ti,para que todas as tuas coisas te corram bem". O Spock que ela salvou de morte certa por ser cão abandonado. Redactar a minha tese, tudo longe desta poluição politica e moral em que Portugal está transformado por entregue que está a pistoleiros e por ser mal frequentado. Isto arrasa-me a alma e a esperança e já la vão seis anos e aquele dia de Junho de 2001 em que regressei foi dos mais tristes que tive.
Desculpa este momento de desabafo, mas não resisti às recordações. Ando muito triste e amargurado e sabes quanto sensível sou, apesar de parecer o contrário...Depois Setembro perturba-me, nunca gostei deste mês... lembra-me a morte e tudo o que é negativo, mas nunca consegui descobrir porquê?

A tua escolha musical não podia ser mais bonita para ilustrar este poema visual que é a imagem desse lugar paradisíaco, visto da janela de um dos quartos: Agua, campo, natureza, animais selvagens, tranquilidade e paz... Parece um pintura de Millet e o meu desabafo um poema de um romântico e idealista incurável.

Preserva as recordações, tal como eu porque a vida não existe sem elas, sobretudo quando o presente nos aperta a garganta e não nos deixa viver em paz.

Um beijo
António

ANTONIO DELGADO dijo...

Voltei para ouvir a musica que é muito bonita!

Ema Pires dijo...

António,
Eu espero que teremos muitas ocasiões de desfrutar deste lugar, os dois e com os nossos cãezinhos, o Ulysse e o Spock, inseparáveis e nossos amigos fiéis e meigos.
A vida às vezes é difícil, vêm as separações e, como se diz em francês: partir c'est mourir un peu.
Admiro essa a tua visão artística sobre a imagem dizendo que parece uma pintura de Millet, eu nunca teria reparado nisso. Mas agora que o dizes, sim que é verdade.
Houve partida e houve tristezas. Mas também pode haver alegria e reencontro. É do coração o que eu espero.
Esta música é mesmo bela e fala directamente aos sentimentos, mas ultimamente põe-me melancólica e triste.
Beijinhos

Joaquim Moedas Duarte dijo...

Já aqui nãi vinha há muito. Hoje regressei e gostei muito.
Bem haja pela beleza partilhada.
Abraço

Luís Filipe C.T.Coutinho dijo...

Belo...


beijos

Mário Margaride dijo...

Querida amiga,

Passo por aqui, para desejar-te um bom fim de semana, e dar-te um beijinho.

Anónimo dijo...

Boas, houve uma alteraçao na data e local do lançamento do meu livro Versos Nus.
Sera possivel alterares a noticia colocada neste blog e fazer mais um pequeno post a avisar da alteração?
Agora é:
Lisboa, 29 de Setembro - 16.00 - Magnolia Caffé (Praça de Londres)

Obrigado!

Tiago Nené

papagueno dijo...

Não conheço este poeta mas é um belo poema de amor por uma bela crioula.
Beijos

Ema Pires dijo...

Olá meon,
Muito obrigada pela visita. É um prazer ver-te po aqui.
Abraço

Ema Pires dijo...

Para o Luis Filipe, que nunca vi por aqui, origada pela visita et um grande abraço.

Ema Pires dijo...

Olá Papagueno,
Pois sim, é um poema lindo e que gostei muito e quiz partilhar.
Obrigada pela visita.
Um garnde abraço