miércoles, 28 de mayo de 2008

Umas imagens de sonho

Para esquecer e sair deste mundo de guerras e de desastres, deixo aqui este vídeo para o nosso deleite. Aqui tudo é paz e harmonia.
As imagens sao desse grande fotógrafo chamado Gregory Colbert.

domingo, 25 de mayo de 2008

MÚSICA DAS ESFERAS - Aurora boreal

Aqui deixo para os meus amigos, um trecho de “música das esferas”, do grande Mikel Oldfield. É um prazer para a vista e para os ouvidos. Toca-nos directamente a alma.

miércoles, 21 de mayo de 2008

Espuma da Terra















Estive na exposição de minerais e foi como estar na caverna do Ali Baba ou num lugar de sonho. Além das formações geológicas da própria gruta, do cheiro, do ligeiro escorrer da água e das gotas a cair do tecto, estavam aí para o meu deleite essas maravilhas que compõem a fabulosa colecção de minerais do Dr. António José Meneses Teixeira.
A espuma da terra é o que dá estas maravilhas. É uma maneira poética de chamar essa lava que vem do centro da terra e que segundo a pressão e as temperaturas, ao longo de milhares de anos, se transforma em sodalite, em água marina, hematite, rubi, diamante, ouro, toda a família dos quartzos, dos mais transparentes aos mais opacos (estes muito menos correntes). São azuis, verdes, amarelas, vermelhas ou brancas e transparentes com formas geométricas absolutamente perfeitas.
Foi um verdadeiro prazer para os sentidos e volto a essa gruta com o pensamento. Não deixarei de lá voltar.
Os minerais dão-nos a noção da nossa insignificância. Um banho de modéstia perante tanta beleza. São cristais moldados, esculpidos pelas forças telúricas durante milhares de anos. Nós passaremos brevemente por esta terra, da que também saímos e estes minerais ficarão aqui, ainda durante outros milhares de anos, imutáveis testemunhas de forças que nem podemos imaginar.
Deixo aqui umas fotografias para o deleite dos meus amigos.

miércoles, 14 de mayo de 2008

Exposição de minerais


Espero que tenham vontade de ir admirar esta magnífica exposição de minerais, da colecçao do meu amigo o Dr. António José Meneses Teixeira.
Desta vez, no melhor lugar para ver minerais: uma gruta.
Sempre fui atraída pelos minerais e tenho na minha casa uma modesta colecção. Aliás, há pedras por toda a casa.
Para mim os minerais aproximam-nos ao nosso ser mais puro e conectam-nos com a mãe Terra - Ge.
Não existe nada mais maravilhoso do que essas formas e transparências forjadas pelo tempo que são as pedras e os minerais. Nenhum artista poderá nunca imitar a natureza.

domingo, 11 de mayo de 2008

Poema para a Negra



Deixa que os outros cantem o teu corpo

que dizem feiticeiro e sedutor,

e, na volúpia vã do pitoresco,

entoem madrigais à tua dor.

Deixa que os outros cantem teus requebrosnos passos de massemba e quilapanga,

e teus olhos onde há noites de luar,

e teus beiços que têm sabor de manga.

Deixa que os outros cantem os teus usos

como aspectos formais da tua graça,

nessa conquista fácil do exotismo

que dizem descobrir na nossa raça.

Deixa que os outros cantem o teu corpo,

na captação atónita do viçoe fiquem sempre, toda a vida, a olhar

um muro de mistério e de feitiço...

Deixa que os outros cantem o teu corpo

- que eu canto do mais fundo do teu ser,

ó minha amada, eu canto a própria África,

que se fez carne e alma em ti, mulher!



Geraldo Bessa Victor

Poeta Angolano

sábado, 3 de mayo de 2008

Uma história de cão


Fotografia do meu Spock.
Meu amigo, meu companheiro de alegrias e penas. Tinha sido abandonado e recolhi-o muito pequenino e desde então só me deu alegrias.

Chegam as férias, e já começo a ver cães abandonados pelas estradas, esfomeados e à procura de um dono desesperadamente. Não há nada mais triste que ver esses pobres animais, devendo buscar comida e água, sozinhos, pensando certamente no que pode haver passado para estarem assim. Andam sem rumo, aproximando-se às pessoas que passam ou correndo atrás de um carro para ver se encontram o dono.
Não posso entender como se pode abandonar um animal, e em particular, em cão. São afectuosos, carinhosos, não esperam nada de nós, senão carinho e um pouco de alimento.
Espero que este pequeno texto faça reflectir os que vão abandonar um cão este verão.

Aqui vai a triste historia de um desses cães

Quando era pequeno, criaste-me, tiveste muita paciência comigo, porque espatifei algumas almofadas e comi alguns dos teus sapatos. Mas fazia-te rir e estava contigo quando estavas cansado e triste.
À noite quando chegavas, contavas-me os teus problemas e eu ouvia-te e tinha pena de não poder fazer nada para te ajudar. Íamos passear e eu gostava de correr pelo campo e tu gostavas de me ver feliz. E eu era alegre porque te via contente.
Cresci e brinquei com os teus filhos que me arrancavam os pelos e me davam beijinhos no nariz.
Mas tu já não querias saber nada de mim. Já não levavas a minha fotografia na tua carteira e quando te perguntavam se tinhas um cão, já não contavas todas essas coisas engraçadas sobre mim como antes. Já não era esse brinquedo peludo, senão um cão adulto e já não te fazia tanta graça.
Já não gastavas dinheiro comigo, nem para me levar ao veterinário. Tudo te parecia demais.
E chegou um dia em que disseste que ias mudar de casa e que nessa casa não havia sítio para mim.
Uma manha, chamaste-me como se fosses-mos dar um passeio, mas eu sabia que desse passeio nunca mais ia voltar.
Quando chegamos, ouvi outros cães a chorar, senti que havia desespero e aflição nessas vozes.
Preenches-te uns papéis e foste embora, sem quase olhares para mim.
Levaram-me para uma jaula onde fiquei preso. Uma senhora muito amável fez-me festas e aí fiquei.
Cada vez que ouvia passos, pensava que eras tu, que tinhas mudado de ideia e que voltavas para me levares contigo outra vez. Que tudo isto só era um pesadelo e que tudo ia ser como antes. Mas não. Não voltas-te.
Uma manhã de primavera, cheia de sol, essa senhora veio-me buscar. Falou comigo com muita meiguice e eu sabia que era o fim.
Olhou para mim com lágrimas nos olhos e disse-me que eu iria para um lugar onde seria feliz para sempre, sem penas, nem dores. Um lugar de paz e de amor. Fui atrás dela, até um local tranquilo e branco.
Com uma seringa, como aquelas que serviam para me vacinar, deu-me uma injecção. Depois abraçou-me e uma lágrima caiu dos olhos dessa bondosa senhora. Eu entrei num sono profundo e o meu último pensamento foi para ti meu dono.