sábado, 13 de octubre de 2007

ÔDIO Ê PROBEZA








Esta a letra em crioulo de Cabo Verde desta morna tão bonita que estão a ouvir.
Dedico esta morna a todos os Caboverdianos que estão longe da sua terra.


Possode já bai bô ligal
Futur titá esperá frute de bô progrêsse
M'crê sabê qual ê quê causa de bô tristéza
Aô ca bô d'zem qu'inda è revolta que bô tem
Pameca bem sofrê também
Pamô ódie pa mim è pobreza
Esquecéu, que já bai
Pensá no bô terra cretcheu
S'onte mil era triste pamó um cantinha vóz active
Hoje u'uita bem cantá nha morna
Quê pam leva corajá e fé
Riqueza pá nha pove
Riqueza essa q'ca é um soque d'denher
Nem um mina d'or
Sim é mélodia di morna pa mundo inter.





viernes, 12 de octubre de 2007

RUMO


É tempo, companheiro!
Caminhemos ...
Longe, a Terra chama por nós,
e ninguém resiste à voz Da Terra ...
Nela,
O mesmo sol ardente nos queimou
a mesma lua triste nos acariciou,
e se tu és negro e eu sou branco,
a mesma Terra nos gerou!
Vamos, companheiro ...
É tempo!
Que o meu coração
se abra à mágoa das tuas mágoas
e ao prazer dos teus prazeres
Irmão
Que as minhas mãos brancas se estendam
para estreitar com amor as tuas longas mãos negras ...
E o meu suor se junte ao teu suor,
quando rasgarmos os trilhos de um mundo melhor!
Vamos!
Que outro oceano nos inflama ...
Ouves?
É a Terra que nos chama ...
É tempo, companheiro!
Caminhemos …

Alda Lara, poetisa Caboverdiana
Música: Paulino Vieira: Odie è Pobreza

lunes, 8 de octubre de 2007

Rainhas Africanas



Candace de Meroe (Siglo I A.C.)
Uma Candace era uma rainha na civilização Kushita, (como faraó significava rei no Egipto). Estas rainhas sucedem-se durante vários séculos, o que indica que era um termo genérico aplicado a una dinastia de rainhas de Meroe (Etiópia).
Sabe-se que uma Candace parou o Alexandre Magno (356-323 A.C.) no seu avanço pelo vale do Nilo. Uns séculos mais tarde, o nome desta rainha está mencionado nos Factos dos Apostoles (8:27), por Felipe, que viveu no século I; e Estrabão (63 A.C. - 21 D.C..) fala de uma Candace, uma rainha anterior que se sublevou contra os romanos e foi submetida por estes no ano 22 A.C., quando ocuparam a sua capital, Napata; Plinio o Velho (27 A.C. - 63 D.C.) nos informa que quando os exploradores de Nero (37-68) atravessaram a Nubia, esta região era governada por uma rainha Candace, para além da ilha de Meroe, e indica também que este nome era um título comum para todas as rainhas desse país.
Os historiadores testemunham que estas Candaces ocupavam-se da administração civil, dirigiam exércitos, o comercio e as relações diplomáticas. Algumas vezes cita-se a Candace como a rainha mãe, com poder suficiente para ter a última palavra no processo de selecção do faraó.
A mais conhecida destas rainhas foi a Candace Amanishakheto, rainha do reino sudanês de Napta e Meroe, nos tempos do Imperador Augusto, que se nega a submeter-se e assedia as legiões romanas. No ano 20 a.C. faz uma incursão no Egipto, saqueando todas as cidades por onde passa até Elefantina. Arrestada pelas tropas romanas, solicita a paz e volta para o seu reino, que graças ao tratado concluído entre Amanishakheto e o Imperador Augusto, prospera ainda durante mais de duzentos anos.


Uma página da tradução em antigo núbio do Liber Institutionis Michaelis Archangelis, entre os séculos IX e X, encontrado em Qasr Ibrim. O nome do arcanjo São Miguel está inscrito em vermelho.


O antigo núbio é uma língua hoje quase desaparecida, que foi escrita em Núbia entre os séculos VIII e XV a.C. É uma versão antiga das línguas núbias, que ainda se fala em certas regiões. É provavelmente o antepassado directo do Nobiin, uma das línguas de África com uma história escrita de mais de 1000 anos.